sexta-feira, 27 de maio de 2011

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Tinha estado em vários lugares antes daqui. Ás vezes estava de verdade. Por outras, estava de verdade também, mas não era preciso sair do lugar.
Agora, em volta, há paredes em tons açaí, o que faz parecer ou confirma que tudo é mais tristeza.
Cômico ou não, mudanças de humor eram mais comuns do que poderia planejar. Ontem, a plataforma era pequena demais para quem só queria dançar. Toda aquela alegria havia comprado, engolido a seco, devagar e sem pressa, que era para durar, que era para acompanhar por pouco mais tempo um pouquinho que fosse aquele corpo.
Vez ou outra era bom que conseguisse se sentir bem; momentaneamente, instantaneamente e, quase que espontaneamente, não tivesse pago cada gole daquela alegria que virava seu consciente, seu vasto consciente inconsciente em menos de um segundo.
Cômico ou não, mudanças de amor eram mais freqüentes do que poderia esperar, imaginar. Hoje, não há nada em especial para lembrar. O corpo está cansado e, sabe que, literalmente e simbolicamente tudo está fora do lugar. Sabe que as noites prometem, prometerão, mas que, durante o dia – enquanto sóbria – é pior ainda respirar ilusão. Tem todos ao mesmo tempo e sabe que continua sozinha, sem lugar para encostar.
Quando duvida da capacidade de amar novamente, logo quem muito já amou, sofreu, morreu, se entregou perdidamente. Não sabe mais se o que chamam de AMOR pode um dia voltar. Gostaria, mas quase desiste de tentar, pois se pergunta se ainda pode se enquadrar, se ainda saberia, novamente, amar.
É difícil escrever o surreal quando não se vive fora da realidade. É difícil falar do céu quando não o toca, quando nem o vê. Pior ainda, é saber que nem do inferno tem algo a dizer, porque nem lá te querem bem. É aqui mesmo que vai ficar e, talvez, um dia, aprender a esperar, a viver tudo outra vez...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Real demais.

Subi ao telhado. Não recordo se era telhado ou constelação, mas era alto. Encontrei onde pudesse me apoiar sem medo e fui conseguindo segurança, em meio àquele lugar cheio de pedras, montanhas rochosas que, não contentes em se espalharem por todo o chão, também passaram a flutuar. Vestia uma roupa branca e os sapatos brilhavam tanto, que tiniam. Me sentia limpa e bem cuidada, como se outrem tivesse feito por mim. Tudo da maneira como deveria ser, pus-me a cantar absolutamente todas as estrelas - vulgo meu amor - que não esperavam mais morar em mim por mais tempo nenhum, que almejavam sair a qualquer custo. Estavam tão acesas, que conseguiam, com pouco custo, acender toda a escuridão que me cercava. Enquanto cantava, lágrimas iam pingando e saltando pouco a pouco de minha face, e se desfaziam ao chão que eu pisava sem medo. Não era só água com sal que se desmontava... Comparei-as junto ao curso das grandes águas. As estrelas que eu cantava, eram, simplesmente, despejadas uma à uma também ao chão e se quebravam. Quebravam, porque você não podia e nem queria segurá-las. Não tinha força, na melhor das hipóteses. E eu chorava, porque você não podia ouvir, não queria ouvir. Os ouvidos se faziam sensíveis demais, na melhor das hipóteses. Permaneci de pé, porque as estrelas não acabavam nunca e eu continuava a exalar o que eu sentia, cantando o sentimento mais bonito e expelindo a tristeza mais sincera. Eu nunca ia desistir, eu jamais sairia dali. Você não queria, mas... Mas eu tinha tudo por nós. Enfim, o sonho acabou, acordei e não tive dúvida: aquela era eu. As estrelas eram todo o amor que tenho. As lágrimas eram somente a falta de recíproca. Tudo era uma realidade abstrata. E algo faltou... Faltou você, que recusou o tempo inteiro o que de mais especial eu podia fazer.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Menina


Aquele lugar era mais familiar do que qualquer outra coisa, mas hoje foi diferente. Esteve lá por muitas vezes, há tempos atrás, e depois daquela cena se lembrou do quanto foi bom. Parecia ter recebido um presente e foi um presente. Porém, teve medo de se entregar e lutou com muito custo para que o passado não viesse à tona. Pobre menina-mulher... Já imaginava que seria inevitável, mas quis tentar evitar. Por charme? Quem sabe. Morria de vontade, mas não podia ceder. Queria outra coisa, e o que desejava estava exatamente inacessível naquele instante. Fazia uma coisa pensando em outra. Isso a fez sentir suja, mas com enorme vontade de matar sua sede daquela que mais morava em seus sonhos. Fazia de um tudo para ser melhor. Não media esforços, nem inteligência, nem dinheiro, nem raciocínio, nem razão, nem amor. Não resolveu. Foi em frente e continua desejando o que é melhor pra si.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Para deixar:

Não sou concreto e exijo mais afeto e atenção. Estou farta de estar quase viva, mas poucos são os que parecem notar. Estou aqui, esperando por um milagre, quem sabe. Alguma alma, algum corpo e coração disposto a me salvar. Acendo um cigarro junto ao esqueiro que abro fogo e boto sobre as gengivas para sentir que estou viva. Não durmo em noites cinzas , eu espero clarear. Não respiro em dias nublados, eu espero ensolarar. Não almejo a escuridão, pois já faz parte do meu lar. A gente precisa mudar, a gente precisa se mudar: corpo, alma e coração; situação... Precisa mudar. Não é difícil concluir, apenas veja onde fomos parar.
Já não é mais agradável, já não queria só o imaginável, eu quero mesmo é o realizável, quero mesmo é fugir daqui.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Aos Poucos


Quero abrir as portas e janelas e sentir que é hoje. Ou pelo menos agir como se fosse. Quero dançar na pista a música que te embala, que te faz bem... É só pra ver se esqueço o meu passado, se deixo, se esqueço mesmo é do meu corpo mais preso ao seu. Preso no último aspecto do íntimo, pra dizer, pra sentir frenesi, sentir que foi você quem me deu.
Quero o universo, as constelações aos nossos pés, ajoelhando-se todas por nós, pra assistir o perigo, o assalto, o furto completo do corpo embaixo dos lençóis. Quero seguir teu trajeto, copiar teus passos, quero arruinar todo e qualquer plano, teu traço que não me comporte, que não me caiba, que não me suporte.
Quero isso e muito do que não tenho, que é só pra ver se você vem. Quero deixar o desejo no ritmo perfeito, alinhar todos os nossos pecados, torná-los pesados, infames, viciosos um a um, cometendo aos poucos, tornando comum.
O que não for pra ser, se esconde, fica a sós e trancado como nós, como se fosse passageiro, como se ninguém fosse preso ao passado.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

...


Não que eu nunca tivesse colocado no papel nada sobre isso tudo antes, nada sobre você. Mas agora é diferente. Quero falar-lhe somente do que eu sinto, do que senti. A convicção de que não me arrependerei é mais forte do que qualquer conseqüência nesse momento. Minto... Nada pode ser mais forte que isso que quero contar, compartilhar.
Incrível! É essa a palavra que me desce aqui ao tentar descrever tudo isso. Talvez, agora tenha se iniciado a minha confissão, tudo que eu te fazia imaginar, mas nunca soube ao certo se existia, nunca confirmei, nunca, na verdade, quis falar, mesmo que eu nem sempre cumprisse com essa linha do meu pensamento.
Pode ser que me precipitar assim, me arraste à beira do precipício. Mas pode também ser que eu apenas queira te fazer saber que a sua aparição na minha – que já estava vazia e sem cor – VIDA, tem significado muito. Tudo, com provável certeza.
Esses últimos momentos, tenham sido eles os mais intensos, os mais simples, os mais tensos, no sentido de expectativa, pra mim, foram, absolutamente, parte da melhor nova parte do meu existindo – existir.
Tem-me na palma da mão, exatamente dessa maneira, desse jeito pelo qual você se pergunta, busca encontrar, mas não acha. Tudo isso, esse encanto que só posso enxergar através de você e agora dos seus olhos, fecham a cortina do meu ser – físico – quando lembro... Leva-me para dentro de mim, toca-me no ponto mais profundo, onde tudo é divino, onde moram as sensações das mais diferentes naturezas, aquelas em que não se tem olhos para poder ver e nem astúcia suficiente para descobrir, desvendar o que seja.
Eu não tenho a pretensão de assustar, tudo isso passa longe e rasteiro do que eu almejo para... É, tenho mesmo é vontade de me utilizar do plural.
Hoje eu só quero falar disso mesmo. Da magnificência, do prazer que me é concebido a cada segundo.
Estou certa de que é o que eu quero, o que eu espero. Não se tratou apenas de uma primeira e nem última vez. Eu passei para o lado do esperar por tudo isso novamente, mesmo que de outro modo, mais uma vez... Esperar. Falta pouco pros caminhos se cruzarem. Falta pouco.
Gosto, gosto absurdamente. Minha maneira de adorar, é agradecer também. Sou sua opção, sou seu plano e realização...
Posso ajudar, de longe, POR ENQUANTO.